Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento ocorre durante a viagem de emigração da família em direção à América.
De origem judaica, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. A família de Clarice sofreu a perseguição aos judeus, durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Seu nascimento ocorreu em Chechelnyk, enquanto percorriam várias aldeias da Ucrânia, antes da viagem de imigração ao continente americano.
A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tânia – irmã, todos mudaram de nome: o pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia – irmã, Elisa; e Haia, Clarice. Pedro passou a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.
Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A Hora da Estrela com câncer, diagnóstico desconhecido por ela Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi enterrada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro.
Estilo:
É exatamente aí que nasce o estilo de Clarice: a introspecção.
-Perto do Coração Selvagem é o primeiro romance de Clarice, em 1944.
Sérgio Millet saudou o romance como: “a mais séria tentativa de romance introspectivo entre nós”
Sobre a autora, Antônio Cândido declara: “Um dos valores mais sóbrios e, sobretudo, mais originais de nossa literatura”
Em 1943 Clarice Lispector casa-se com Maury Gurgel e termina o curso de Direito.
Devido ao ingresso de seu marido na carreira diplomática, Clarice mostra-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os amigos.
Na Itália, escreve: “Na verdade não sei escrever cartas sobre viagens, na verdade nem mesmo sei viajar”
Em cartas ás irmãs desabafa: “tenho visto pessoas demais, falado demais, dito mentiras, tenho sido muito gentil. Quem está se divertindo é uma mulher que eu detesto uma mulher que não é a irmã de vocês”
Entre idas e vindas, Clarice conhece várias personalidades do campo literário e das artes em geral. Não pára de escrever. Crônicas, cartas, contos...
Em julho 1959 separa-se do marido e regressa definitivamente para o Brasil com seus dois filhos.
Clarice trabalha intensamente.
Prêmios e trabalhos:
Em 1960, Clarice publica seu primeiro livro de contos: LAÇOS DE FAMÍLIA
Clarice escreve outros romances.
Dedica-se à educação dos filhos Pedro e Paulo, principalmente com a saúde de Pedro, que apresenta um quadro de esquizofrenia.
Apesar de participar de muitos eventos, congressos, conferências e de ganhar muitos prêmios por seus trabalhos e de ser traduzida para diversos idiomas, a situação financeira de Clarice e muito difícil.
Em 1966, na madrugada de 14 de setembro, a escritora dorme com um cigarro aceso, provocando um incêndio. Quase teve sua mão direita amputada. O acidente mudaria em definitivo a vida de Clarice.
As inúmeras e profundas cicatrizes fazem com que a escritora caia em depressão, apesar de todo apoio dos amigos.
Segue trabalhando. Romances, contos, crônicas, colunas para jornais, etc.
Também segue participando de eventos importantes. Ganha prêmios.
Outras atividades:
Para manter seu nível de renda, aumenta sua atividade como tradutora.
Entre várias traduções podemos mencionar: O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, e livros policiais de Agatha Christie.
Faz adaptações de obras de Julio Verne, Edgar Allan Poe e outros.
Segue trabalhando, diversificando atividades. Recebe inúmeros prêmios e homenagens.
Em 1976 corre o boato de que não mais receberia jornalistas. José Castello, biógrafo e escritor, após muitas idas e vindas são recebido.
Diálogo:
J.C – Por que você escreve?
C.L. – Vou lhe responder com outra pergunta: - Por que você bebe água?
J.C. – Por que bebo água? Porque tenho sede
C. L. – Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva
Em 09 de dezembro de 1977, um dia antes de completar 57 anos, Clarice morre vitimada por um adenocarcinoma de ovário irreversível.
Várias publicações, homenagens e adaptações póstumas eternizam a escritora em nossos corações.
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